[Demonologia] A luta contra a tentação - Aula 4 - (Como Vencer a Tentação).

Salve queridos irmão! Hoje daremos continuidade na nossa série sobre Demonologia.

No decorrer dessa serie ja falamos na primeira aula sobre a existência do Demônio, sobre a importância dos estudos de são Tomáz para o estudo dos anjos e para  compreender as ações diabólicas e na última aula falamos sobre a tentação em sua forma ordinária e dos perigos que ela representa.

Hoje trataremos do assunto falando sobre o que se pode fazer na pratica para evitar e/ou resistir as tentações, e suas origens. Para tanto o tema de hoje é : A  luta contra a tentação!

Em primeiro lugar devemos ter em mente que, a tentação tem por objetivo levar o homem a partir a amizade com Deus e com isso a possibilidade de salvação, e que, mais importante que o conhecimento teórico é a realidade pratica do que fazer para evitar os ataques do inimigo e reestabelecer a amizade com Deus e com a igreja, caso ja a tenha perdida.

A tentação, como ja comentamos anteriormente, pode ser potencializada pelos outros dois inimigos do homem ( O mundo e a carne), mas quando oriunda da ação primaria de satanás e seus demônios ela pode ser categorizada em 3 etapas (antes, durante e depois), e cada uma exige um modo de combate.

A primeira etapa, o antes, é necessário vigiar e orar: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação." (Mt 26, 41). Esse ensinamento é de cristo, e ele diz ..."para que não entreis em tentação", ou seja, para que não caiam em tentação, para que sejamos capazes e resisti-la.

Como se vê, são dois momentos distintos: vigilância e oração. A vigilância consiste em estar atento à vitória que o Cordeiro Imolado alcançou na cruz para cada um de seus filhos. O Sangue de Cristo resgatou toda a humanidade das garras do pecado, do inimigo, porém, Satanás não se dá por vencido e faz tudo para que as almas percam o que já lhes foi conquistado. Para que isso ocorra, ele se vale da tentação. Assim sendo, vigiar é estar em constante estado de alerta para um possível ataque, um forte aliado é o combate contra a ociosidade, evitar situações que levem ao pecado, guardar o olhar. E isso não é fácil, é como um soldado a espera de uma bala perdida. Mas cristo deixa claro que o céu é para os violentos (Mt 11,12), isto é, para aqueles que usam de toda sua força pessoal para que cristo reine.

Entretanto não basta apenas vigilância, é preciso também oração (vigiai e orai: Mc 13,33). A oração é de igual importância pois, por maior que seja o esforço, não se vence o pecado sozinho. Acreditar no contrario é uma heresia pelagiana.

Para vencer a tentação é necessário suplicar como um mendigo da graça de Deus que pede a ação divina para se manter longe do pecado.

Catecismo:                                                         

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como 'uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna'. O pecado é ofensa a Deus. [...] é amor de si mesmo até o desprezo de Deus. (1849-50) 

                                                                    

É preciso ter muito cuidado ao achar que se pode vencer o pecado sozinho, pois o diabo tem um aliado muito forte nessa batalha. o nosso próprio corpo!

Porem Deus nos da dois grandes auxílios na batalha, nossa santa mãe Virgem Maria e nosso anjo da guarda. Todo católico deve alimentar uma devoção filial, afetiva e efetiva pela Mãe do Senhor, e porta do céu.

                                                                   
Os espíritos malignos tremem ante a Rainha dos Céus, e fogem como se corre do fogo, ao ouvir seu santo Nome. Causa-lhes pavor o santo e terrível Nome de Maria, que para o cristão é um extremo amável e constantemente celebrado. Não podem os demônios comparecer nem poder por em jogo suas artimanhas onde vêem resplandecer o nome de Maria. Como trovão que ressoa no céu, assim caem derrubados ao ouvirem o nome de Santa Maria. E quanto mais amiúde se profere este nome, e mais fervorosamente se invoca, mais céleres e para mais longe escapam.(Tomás de Kempis).
                                                                   
Quanto ao anjo da guarda, proteger do inimigo é sua principal função, por isso a importância de recorrer a ele.

A segunda etapa da tentação é o durante, nesse caso a reação pode ser direta ou indireta. Em uma resistência direta uma arma importante arma para esse combate é aquilo que os santos chamam de agire contra, isto é, fazer exatamente o contrario daquilo que se esta sendo tentado. Se esta sentindo vontade de terminar a oração 5 minutos mas sedo, ore por 5 minutos a mais, sente-se tentado a avareza, dê uma esmola, a gula, faça jejum. Assim indo no sentido oposto da tentação. Apenas duas tentação não devem ser combatidas de frente de maneira direta: A luxuria e a dúvida da fé, pois essas estão em campos deveras escorregadios. Pois como já citei anteriormente, as tentações carnais tem nosso corpo como aliado.A melhor maneira de combater essas tentações é fugindo.

A tentação vencida é ocasião de mérito diante de Deus, pois é uma prova de amor. Manter a calma, aceitar o combate, não se desesperar e continuar lutando são as atitudes esperadas por Deus de seus filhos.
A terceira etapa da tentação, o depois, oferece três possibilidades: a pessoa venceu a tentação, caiu nela ou está em dúvida se pecou ou não. No primeiro caso é necessário dar graças a Deus para não correr o risco de cair no pecado da vanglória.

Quando a pessoa caiu em tentação e pecou concretamente deve, em primeiro lugar, fazer com que o pecado se torne uma grande lição. Humilhar-se e envergonhar-se pelo pecado cometido pode ser também uma escola de santificação, tendo sempre em mente a parábola do filho pródigo e lembrando que o Pai amoroso está sempre esperando pela volta do seu filho amado. 

Se o pecado foi de natureza leve, recomenda-se um ato de arrependimento, um ato de contrição perfeita e um propósito de mudança. Porém, se foi grave, a orientação é procurar o quanto antes o sacramento da confissão. Não demorar para se reconciliar com Deus assemelha-se a erigir uma barreira contra o pecado, impedindo que ele se repita pelo desânimo, pois, ao se ver privada da amizade com Deus, a pessoa pode "aproveitar" até a próxima confissão, se afundando ainda mais no pecado. Em ambos casos, a penitência também tem grande valor para resistir à sedução diabólica.

Por fim, a terceira possibilidade, aquela em que a pessoa ficou em dúvida de pecou ou não. Neste momento não é prudente meditar sobre o assunto, sendo melhor esperar até se recuperar do ataque para somente então avaliar se ocorreu realmente o pecado.

No caso de a pessoa que se encontra em dúvida ter o hábito de comungar diariamente é recomendado que ela peça orientação ao seu confessor ou diretor espiritual, pois existem dois tipos de pessoas circunstâncias: aquelas propensas ao escrúpulo e aquelas com a consciência mais frouxa. As primeira devem ser orientadas a fazer um ato de contrição e comungar, já que se confessam com frequência.

As segundas, ou seja, aquelas pessoas laxas, cujas consciências são mais "deformadas", devem ser orientadas a não comungarem, pois o impedimento pode servir como uma espécie de "castigo". O confessor ou diretor espiritual, ao recomendar a confissão após a dúvida, poderá produzir nela uma maior consciência e visão moral dos próprios atos.

A reflexão de hoje fica por aqui, Leia a próxima aula.

O mundo e a carne - Aula 05


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